sábado, 12 de maio de 2012

EM DEFESA DOS ANIMAIS, POR UM NOVO ABOLICIONISMO



Há três tomadas de consciência envolvidas na ideia de se respeitar os outros animais.  
* A consciência do que é um animal propriamente dito, de suas capacidades e necessidades: em geral ele sente dor, prazer, tem expectativas, emoções, vida familiar e social, alguma consciência do mundo ao seu redor. Em geral é um ser vulnerável, sujeito a prejuízos ou benefícios.
* A consciência de que não temos necessidade, quase sempre, de matar, aprisionar, mutilar outros animais, nem de causar dor e desconforto a eles. Não morreremos ou adoeceremos se nossa sociedade deixar de fazer essas coisas. Há normalmente inúmeras ações alternativas a estas.
* A consciência de que nós não devemos causar sofrimento e dano desnecessários aos outros, especialmente, de que não devemos matar desnecessariamente. Não aceitamos que os outros matem, aprisionem, mutilem ou causem danos às pessoas de que gostamos, e nem a nós, principalmente quando não se tem absoluta necessidade disto. Isso é cruel!
Mas nós, humanos, causamos dor e desconforto, aprisionamos, mutilamos e matamos intencionalmente bilhões de animais: para nossa alimentação, através da pecuária e da indústria alimentar; para nosso lazer, através da indústria do entretenimento; para nossa ciência e para nosso aprendizado, através da experimentação animal. Nessas indústrias e em nossa cultura, ainda escravizamos e exploramos seres sensíveis e indefesos.
 Não precisamos, porém, matar outros animais para nos alimentar: nós podemos viver bem, hoje em dia, com dietas vegetarianas. Não precisamos causar danos e, novamente, matar intencionalmente, para fazer ciência ou para ensinar nossos alunos: nós podemos tratar os animais como sujeitos de pesquisa e como pacientes, do mesmo modo que fazemos hoje com seres humanos (sem deixar de fazer pesquisa e ensino com eles). Não precisamos mais pescar, usar peles, prender em zoos, sacrificar animais em rituais.
Só há uma coisa a fazer: parar de causar-lhes danos. Um animal é como uma criança indefesa ou um velho enfraquecido. Mesmo que haja lucros e benefícios em desrespeitar os direitos deles, nós não devemos fazer isso, o que devemos fazer é protegê-los. Não devemos mais abusar dos animais. Devemos proteger e tratar bem os outros animais!
Seja um novo abolicionista: diga não à matança generalizada, às gaiolas e jaulas, à mutilação, às ações que causam dor e sofrimento aos outros animais, feitas por nós, ou para o nosso benefício. Reprove especialmente, do jeito que puder, a pecuária e a indústria da alimentação animal, que faz isso diariamente a bilhões de animais. Vamos apoiar e adotar costumes coletivos alternativos, ações individuais alternativas, ideias alternativas. Todos os animais são iguais e todos merecem respeito pelos seus interesses: essa é o manifesto abolicionista.
NÚCLEO DE BIOÉTICA E ÉTICA PÚBLICA DA UFU - 2012

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