terça-feira, 31 de maio de 2011

Christianity and Modernity - some theological ans philosophical aspects

The common Chritian Faith - 

(1) For the simple question "Why does a Christian need to go to Church?" we have available a simple answer: "Because Jesus told us to go", meaning this "remeber me in the bread and wine". I think to be a Christian is to follow Jesus. And this is to practicize His love for all, specially for the poorest and most excluded. Religion, Church and Mass are a kind of signs - sacraments - of this love and relantionship. Christians believe and love Jesus but Jesus today exist in the Christ Church. Not as an institution, but as a community of believers. Church is the Lord's body (St Paul) in human history; so,  the Christ's body today is "we" too.

(2) Religion in general is a sacrament. For St. John's Gospel and traditional Faith in Trinity, God is Love. a kind of spiritual presence in all the creation (the Father), in all humanity (the incarnated Son) and in our spiritual life today (the Holy Spirit). In Liberation Theology it is used to say "The Hole Trinity is the best Community" - and the divine community should be our light for all efforts in shapping our societies in more egalitarian communions and participations. (L. Boff)

I really think this theological thinking is sound, but I know some christians ans specially some teologicians will think it not so good.

The common modern disbelief -

Many modern people would like to compatibilize the Christian Faith and the philosophical
and scientific modern culture. Modernity is no more religious, at least in the old or traditional sense.
One way for compatibilization is to deny modernity. Other is to deny religion. Other yet is to look for a synthese between the two. May be the third is the best or the truth, but I like the second, to deny religion.
It could be that religion was simply a part of the old or traditional world, a part of that culture, and culture is a secondary thing, like the patriarcal customms. Jesus was religious because his world were so, but this is not the point for christianity, that could be a way of life without religion, or at least, traditional religion. For example, the two topics above could be so reinterpreted:
(1) could be (1'): to be a Christian today would be a kind of humanist, like Jesus ("the saturday law was made for human beings, not human beings for the saturday law");
(2) could be (2'): to belive in God could be only to admire the universe, the humanity, and our spiritual practices. This could be a special kind of pantheism (see Spinoza's writings), or something like (an atheism/agnosticism? I do not know a theology that defends strongly the atheism/agnosticism vision, but I am sure that it exists! It might be Bonhoeffer's religionless Christiany!*).
What do you think?
Alcino


*Father Martin Flatman (Oxford Brooks University) suggested me this. His other comments help so much and I thank him.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Os gays e a Bíblia - por Frei Beto

Os gays e a Bíblia
É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos.

No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”...).

Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc).

No 60º aniversário da Decclaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.

A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu Catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.

Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hétero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.

São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a homofobia não se justifica apenas pela violência física sofrida por travestis, transexuais, lésbicas etc. Mais grave é a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.

A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama...).

Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matrimônio são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?

Ora, direis ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homossexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus 19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.

Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?
 
Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei. 
 
Autor: Frei Betto

terça-feira, 24 de maio de 2011

Informações para candidatos ao Mestrado em Filosofia da UFU, sob minha orientação

Linha de pesquisa: ética e conhecimento.*

Os projetos podem ser sobre temas ou autores.

Os temas que mais me interessam diretamente são: racionalidade, relação
entre razão prática e teórica, normatividade deontológica, normatividade
teleológica, valor, valor da vida humana, valor da vida animal, identidade
pessoal, aborto, infanticídio, eutanásia, pobreza, direitos humanos,
ética na ciência/biotecnologia.

Outros temas de ética e bioética podem ser considerados, em especial
sobre utilitarismo (utilitarismo de atos, utilitarismo de normas, utilitarismo
kantiano, prescritivismo universal, utilitarismo naturalista).

Os autores que mais me interessam diretamente são: Richard Hare,
Richard Brandt, Peter Singer, Joel Feinberg, John Broome, Simon
Blackburn, Alan Goldman, Michael Smith, Jeff McMahan, Frances Kamm.

Outros autores em ética e bioética podem ser considerados, especialmente
os clássicos: Aristóteles, Hume, Kant, J. S. Mill, J. Rawls, Habermas.

Os projetos sobre temas não podem ser generalistas, mas devem
tratar de um assunto teórico preciso, com abordagem metodológica
explícita e clara, preferencialmente utilizando um autor ou dois da
filosofia, que abordam criticamente o problema principal.

Os projetos sobre autores não podem ser meramente exegéticos, mas
devem tratar de um problema teórico específico, preferencialmente em
confrontação com outro autor ou bibliografia crítica atual, preferencialmente
inglesa, sobre o problema.

(* Ética e Conhecimento: Investiga temas e autores modernos e
contemporâneos, enfocando as questões tanto da fundamentação cognitiva
quanto da teorização da ética, as abordagens meta-éticas e normativas,
a possibilidade de uma ciência moral, a fundamentação dos valores, a relação
entre ontologia e conhecimento, e a fundamentação lógica e cognitiva das
ciências. A interface entre ética e conhecimento dá-se através da investigação
da relação entre razão teórica e razão prática, desdobrando-se,
especificamente, seja na questão do meta-conhecimento, seja na questão
da meta-ética e da ética aplicada. Entre estes dois pólos estabelece-se o
percurso que unifica esta linha de pesquisa. Programa de Mestrado em
Filosofia da UFU; cf. http://www.posfil.ifilo.ufu.br/)

Informações para candidatos à minha orientação ao Mestrado em Ciências da Saúde, UFU

Linha de pesquisa em Qualidade de Vida e Bioética -


Meu trabalho é teórico, com temas de bioética tais como: embriões e fetos,
aborto, infanticídio, eutanásia, pesquisa com animais e seres humanos,
direitos e saúde pública, identidade e pessoalidade, autonomia do paciente.
Aqui há a concorrência de projetos que tratem cuidadosamente de
argumentos e teorias (autores) prós e contras, distinguindo aspectos factuais
e  éticos, além dos aspectos práticos individuais ou coletivos (leis, políticas etc)
sobre o que se deve fazer.Tenho um interesse recente em teorias sobre
qualidade de vida e suas implicações ou aplicações (por exemplo, eu gostaria
de um bom projeto sobre QALYs (quality adjusted life years), ou sobre
QALYs e problemas de saúde, mas neste caso o aluno tem de estudar
relativamente de modo autônomo,  pois é uma área nova para mim também.
Sobre QALYs, para uma primeira noção e alguma bibliografia,  ver em
Beauchamp & Childress, Princípios de ética biomédica, SP, Loyola, 1994;
Broome, J. Weighing Lives (Oxford, 2004), e Ethics out Economics
(Cambridge, 1999) e outros livros e artigos; ver também:
http://www.apes.pt/files/dts/dt_012002.pdf.
Para contato, é necessário, para qualquer tema, saber inglês e
redigir uma redação de até 8 páginas sobre o assunto específico da
possível pesquisa.

Uma entrevista sobre meu estágio de pós-doutorado em Oxford

Entrevista à jornalista Elisa Chueiri (Jornal da UFU)


Elisa: "Como é ter a oportunidade de fazer um doutorado, pós doutorado
ou especialização fora do Brasil?"
R: É como fazer uma grande viagem intelectual e cultural (fazendo
literalmenteuma grande viagem geográfica). A gente aprende
e descobre muitas coisas mas está sempre pensando no retorno.

Elisa: "Quais as oportunidades a mais que tem um professor com essa
oportunidade, com relação ao que não procura a mobilidade?"
R: maior e melhor intercâmbio e interlocução com outros professores de
várias partes do mundo; uso de bibliotecas e laboratorios muito
desenvolvidos; imersão linguística.

Elisa: "Qual sua área de pesquisa?"
R: Ética e Bioética. Minha pesquisa aqui trata de "racionalidade,
normatividade e o valor da vida".

Elisa: "O que faz na Universidade de Oxford?"
R: utilizo as bibliotecas para minha pesquisa,
frequento cursos e seminários avançados,
converso algumas vezes pessoalmente com professores de Oxford
e outros  lugares do mundo, visito centros e comitês de ética.

Elisa: "O período fora do país é financiado por alguma instituição?"
R: Sim, claro. A UFU paga meu salário regularmente (e meus colegas de
departamento assumem meus encargos didáticos e administrativos
enquanto estou fora); o CNPq e a Fapemig pagam as passagens
e um auxílio mensal ("bolsa").
Professores dificilmente saem do país sem este tipo de apoio, especialmente
se tem família. (E eu tenho uma maravilhosa)

Elisa: "Como são as pessoas da região, a hospitalidade, o nível de dificuldade
da Universidade?"
R: As pessoas são muito educadas e bastante hospitaleiras, especialmente os
professores. Quanto mais famosos, mais simples, acessíveis e generosos.
Não sei dizer sobre o nível de dificuldade em geral, para professores brasileiros.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Três maneiras de fazermos a diferença

O texto de Peter Singer, "How to make a difference",  está em sua página na 
Universidade de Princeton (http://www.princeton.edu/~psinger/), e eu 
tento traduzir para o português, especialmente para meus alunos:


Três maneiras fáceis de fazermos a diferença *

Quer fazer algo para tornar o mundo um lugar melhor? Aqui estão três maneiras
fáceis para fazê-lo:


1. Faça algo pelas pessoas mais pobres do mundo!
"Doe algo da sua renda para ajudar aqueles que passam grandes necessidades.
Eu apoio a Oxfam, uma organização que trabalha diretamente organizações locais enraizadas nos países em desenvolvimento e supervisiona o modo como seus
recursos são usados, para prevenir a corrupção e desperdício. Veja mais no site: http://www.oxfam.org/"


2. Faça algo pelos animais!
"Nenhuma outra prática humana causa tanto sofrimento aos animais
não-humanos do que as fezendas industriais (confinamento em granjas).
Agora mesmo, bilhões de animais estão aprisionados em pequenas jaulas
a ponto de não poder sequer esticar as pernas e virar-se, ou estão, dezenas
de milhares, amontoados em galpões, e nunca sairam para tomar sol ou
respirar ar fresco, Pois boicote este sistema desumano de produção!
Não compre carne, ovos ou laticínios provenientes de fazendas industriais (granjas).
Melhor ainda, seja vegetariano ou vegano, (Aqui está um site que pode ajudar nisso:http://www.veganoutreach.org/; no Brasil: http://www.svb.org.br/)."


3. Faça algo pelo meio ambiente de nosso planeta!
"Reduza a sua poluição: use transporte público, caminhe ou ande de
bicicleta quando você puder. Se tiver de dirigir um carro, tenha um eficiente
no consumo ou híbrido (flex). E lembre-se sempre, as fazendas industriais
(granjas) são um modo de produção que requer muito combustível fóssil, e,
então, deixar de comer produtos animais ou comer menos disso irá diminuir
a quantidade de emissões de efeito estufa pelas quais somos responsáveis."

"Todos estes pontos são sobre viver de um modo eticamente responsável.
Tente viver assim! Você sentirá que isto dá mais sentido para sua vida e é um
ótimo antídoto ao tédio. Há sempre muita tanta coisa para ser feita. E converse
com outras pessoas sobre o que está fazendo, lembrando-se porém de não pregar,
não ser hipócrita e nem fanático, coisas que afastam as pessoas. Nem por isso
tenha vergonha de dar o exemplo e usar as oportunidades que aparecem de
fazer os outros conhecerem o que você está fazendo."
(Peter Singer)

Ética no enfrentamento da CoVID-19

Questões éticas difíceis passaram a nos atingir mais frontalmente com  a pandemia da COVID-19. O  NUBET – Núcleo de Bioética e Ética Pública...