terça-feira, 29 de novembro de 2011

O que é filosofia?

* O que é Filosofia

A palavra filosofia significa, literalmente, “amizade da sabedoria”: do grego philos, amizade, e sophia, sabedoria (ou saber). Amizade, aqui, pode ser entendida como o cultivo regular de certas capacidades e habilidades intelectuais, aplicadas a questões e concepções fundamentais sobre os chamados grandes temas (verdade, mente, justiça, beleza, Deus etc.) Sabedoria ou saber, aqui, pode ser entendida como a consciência dos pressupostos e implicações, do alcance e dos limites, de nossos conceitos, idéias, e teorias sobre a realidade. Se a metafísica é “um esforço extraordinariamente grande de pensar com clareza nas questões fundamentais da existência” (Taylor), a teoria do conhecimento é o mesmo esforço para as questões do conhecimento; a ética, da ação; a estética, da contemplação do belo na natureza e nas artes. Em suma, filosofia é uma atividade (uma disciplina) que tenta pensar claramente sobre certos temas e questões, atividade que pode ser bem ou mal feita, e que para ser bem feita, normalmente utiliza-se da auto-reflexão crítica e da argumentação lógica rigorosa. (Prof. Alcino Eduardo Bonella, Universidade Federal de Uberlândia/UFU)

* No site da Universidade de Oxford, sobre o que é filosofia, encontramos:

“O estudo da filosofia desenvolve o rigor analítico e a habilidade de criticar e raciocinar logicamente. Isto permitirá a você aplicar estas habilidades a muitas escolas, hsitóricas e contemporâneas, de pensamento, e a pensadores individuais; a questões em assuntos como a natureza fundamental da realidade, a natureza, possibilidade e limites do conhecimento, a natureza e as bases dos juízos morais, a natureza da mente e suas relações com o corpo; aos princípios fundamentais da linguagem, da ciência, da religião, da arte e da literatura”. (cf. http://www.philosophy.ox.ac.uk/admissions)


Para Deleuze e Guattari:

“A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos.
(...) Criar conceitos sempre novos é o objeto da filosofia. E porque o conceito deve ser criado que ele remete ao filósofo como aquele que o tem em potência, ou que tem sua
potência e sua competência. Não se pode objetar que a criação se diz antes do sensível e das artes, já que a arte faz existir entidades espirituais, e já que os conceitos filosóficos são também sensibilia. Para falar a verdade, as ciências, as artes, e as filosofias são igualmente criadoras, mesmo se compete apenas à filosofia criar conceitos no sentido estrito. Os conceitos não nos esperam inteiramente feitos, como corpos celestes.
Não há céu para os conceitos. Eles devem ser inventados, fabricados ou, antes, criados, e não seriam nada sem a assinatura daqueles que os criam. Nietzsche determinou a tarefa da filosofia quando escreveu: "os filósofos não devem mais contentar-se em aceitar os conceitos que lhes são dados, para somente limpá-los e fazê-los reluzir, mas é necessário que eles comecem por fabricá-los, criá-los, afirmá-los, persuadindo os homens a utilizá-los.” (Deleuze, G. e Guattari, F. O que é a Filosofia)

Segue mais no futuro...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O CÉTICO E O LÚCIDO MALUQUINHO

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao
outro:

- Você acredita na vida eterna e espiritual após essa vida?

- Certamente. Algo tem de haver após esta vida escura e limitada. Talvez
estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para 
o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há isto esta vida, apenas este lugar aconchegante, agora, e nossa
mãe e algumas coisas naturais interessantes, depois,
mas todos vão morrer um dia. Como verdadeiramente seria essa vida eterna e
espiritual?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui e do que o
que se parece com aqui.Talvez caminhemos sem precisar de pés e nem comeremos mais...

- Isso é meio absurdo! Caminhar sem pés é uma contradição. E não comer mais é
morrer.  É meio ridículo! Temos evidência que o cordão umbilical nos alimenta agora. 
Eu digo somente uma coisa: A vida eterna e espiritual está provavelmente excluída, 
o cordão umbilical, a mamãe, e a natureza lá fora são curtinhos, curtinhos...
- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que
estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca teve qualquer evidência disto, depois do nascimento, das
brincadeiras e da morte. O parto apenas encerra a vida intrauterina; a velhice, as brincadeiras; e a morte, a vida extrauterina.
E afinal de contas, a vida é nada mais do que o prazer de existir por uns tempos
e deixar-se ir, tranquilamente...

- Bem, eu não sei exatamente como será depois, mas com certeza
veremos a mamãe eterna e ela cuidará de nós.

- Mamãe eterna? Você acredita na mamãe eterna? E onde ela supostamente está?
Eu hein. Eu acredito só na minha mãe, e olha lá, ela nem é muito confiável,
algumas até abortam...

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo
isso não existiria.

- Ok, mas eu truco! Se fosse só eu, mas ninguém nunca viu nenhuma mamãe eterna e
espiritual, por isso é provável  que não exista nenhuma. Ainda bem que existe a mãe mortal e
biológica.

- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou
sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos
espera e agora apenas estamos nos preparando para ela…

- Cantando? É a nossa mãe biológica, maluco! A vida real não nos espera
porque já estamos na vida real! E ela é tudo que há.
Mas ela é o suficiente. Não seja tão ganancioso.

Ética no enfrentamento da CoVID-19

Questões éticas difíceis passaram a nos atingir mais frontalmente com  a pandemia da COVID-19. O  NUBET – Núcleo de Bioética e Ética Pública...