“A good head and good heart are always a formidable combination. But when you add to that a literate tongue or pen, then you have something very special.” (N. Mandela)
quinta-feira, 11 de julho de 2013
SIMPLICITER: ÉTICA
A ética é o estudo filosófico da moralidade. Como qualquer outro ramo do conhecimento, ela visa a objetividade. Uma das coisas objetivas que a ética busca são normas morais objetivamente válidas. Algumas pessoas acham que a moral é sempre subjetiva e, logo, não existiriam normas objetivas. As duas formas de subjetivismo são o relativismo individual, em que o que é certo ou errado depende da opinião individual, e o relativismo social, em que o certo ou errado depende da opinião da sociedade. Mas o certo e o errado são procurados exatamente para avaliar o que fazemos ou achamos que devemos fazer, individual ou coletivamente. Se o que é certo não é objetivamente válido, nunca estaremos errados. Mas nós muitas vezes nos enganamos ou erramos. Além disso, se uma norma manda fazer X, e outra proíbe fazer X, então uma delas não é o caso, do mesmo modo que a crença de que a terra gira em torno do Sol e de que a Terra não gira em torno do Sol não podem ser ambas verdadeiras, uma delas é falsa. O subjetivismo é provavelmente é falso, de pouca ajuda se buscamos soluções parra os problemas morais (imagine alguém respondendo a você, que está em dúvida sobre o que deve fazer, que faça o que você acha que é certo: mas é justamente isso que você não sabe!) e o objetivismo tem algo a ser favor na simples lógica. O que achamos que ocorre no mundo pode não ser o que realmente ocorre, o que achamos que devemos fazer pode não ser o que realmente devemos. Para encontrar o que realmente ocorre, ou o que realmente devemos fazer, o objetivista usa em geral a lógica e os fatos. Bons pensadores morais são aqueles que usam a lógica (o raciocínio moral) e os fatos (as consequências de uma ação) para descobrirem as normas morais objetivas. Se uma norma é objetivamente válida, ela vale para todos (todos os casos idênticos, todos os afetados em idênticos interesses e vontades). O raciocínio moral, por isso, é grosso modo um tipo de regra de ouro, pois pensar seriamente se o que fazemos aos outros pode ser querido como feito a si, obriga a considerar a todos os pontos de vista, e a todos os afetados pela ação. Os fatos do pensamento moral são as consequências das ações sobre os interesses e vontades dos seres envolvidos. Adota-se uma perspectiva, o ponto de vista moral, que leva em conta a vontade de todos (kantismo), sobre as consequências de cada ação possível que incide nos interesses dos atingidos pela ação (utilitarismo). Parece simples. E é.
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