O que é preciso essencialmente para ser Budista?
Apenas tres coisas: (1) Deixar de fazer o mal; (2) fazer o bem; (3) iluminar-se ou despertar. Não necessariamente um depois do outro, mas um concomitante ao outro. Em todo o caso, não dá para fazer o bem sem se abster de fazer o mal, nem se iluminar, sem fazer o bem. (1) Deixar de fazer o mal é deixar de causar danos aos outros (o que inclui todos os seres senscientes, ou seja, todos os animais, não só os animais humanos) através de ações do corpo, da língua e da mente. Há três ações corporais danosas: tirar a vida (incluindo favorecer que outros tirem a vida a seu pedido); roubar (incluindo ficar com o que não é nosso ou não nos é dado pelo dono); abusar sexualmente de outro (incluindo manipular a afetividade e sexualidade dos outros). Há quatro ações linguísticas danosas: mentir, xingar, caluniar e fofocar (sim, fazer fofoca sobre a vida alheia é um ato danoso a si e aos outros). E há três ações mentais danosas: a inveja, a má vontade e a visão parcial (egoísta e egocentrista) das coisas.(2) Fazer o bem é beneficiar os outros seres sencientes, ser benevolente para com eles, e há cinco modos de fazer isto: sendo generoso e se dispondo a ajudar mais do que o normal, praticando as abstenções morais citadas acima (em (1)) como um modo de vida; sendo respeitoso e tratando a todos com boa educação e igual consideração; servindo os outros; meditando e divulgando a mensagem budista, chamada de dharma.
(3) Iluminar-se é despertar a natureza búdica (de Buda) ou essencialmente realizada (feliz) de si mesmo, algo que é inerente a todos, mas que esquecemos ou perdemos no ciclo rotineiro de vida, e para isto precisamos de esforço (tentar meditar na bagunça do nosso dia a dia), concentração (meditar mesmo; assentar a si próprio), e sabedoria (meditação como modo de perceber profundamente a realidade, nossa e do universo). Tal esquecimento e perda de nossa natureza búdica é parecido com a situação de pecado dos monoteístas. A iluminação é parecida com a idéia de salvação dos mesmos. O Paraíso, para o budista, é o Nirvana, estado de paz e tranquilidade perene. O budismo não envolve nenhuma crença em Deus, é mais uma filosofia ou uma psicologia de vida.
“A good head and good heart are always a formidable combination. But when you add to that a literate tongue or pen, then you have something very special.” (N. Mandela)
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